Credo da Igreja

Breve Exposição das Doutrinas Fundamentais do Cristianismo
(28 Artigos)

1º - Do testemunho da natureza quanto á existência de Deus.
Existe um Deus (Dt 6.4/ 1ª Co 8.4-6), vivo e pessoal (Ex 3.14/ Jr 10.10): suas obras no céu e na terra manifestam não meramente que existe, mas que possui sabedoria, poder e bondade tão vastos que os homens não os podem compreender (Sl 8.1/ Rm 1.19-20); conforme sua soberana e livre vontade governa todas as coisas (Sl 135.6/ Rm 9.15-16).

2º - Do testemunho da revelação a respeito de Deus e do homem.
Ao testemunho das suas obras, Deus acrescentou informações (2ª Tm 3.15-17). Essas informações se acham nas Escrituras Sagradas do Velho e Novo Testamento, nas quais possuímos a única regra perfeita para nossa crença sobre o Criador, e preceitos infalíveis para todo o nosso proceder nesta vida (Is 8.19-20/ Dt 4.2/ Ap 22.18-19/ 2ª Tm 3.16-17).

3º - Da natureza dessa revelação.
As Escrituras Sagradas foram escritas por homens santos, inspirados por Deus, de maneira que as palavras que escreveram são as palavras de Deus (2ª Pe 1.19-21/ 2ª Tm 3.16). Seu valor é incalculável (Rm 3.1-2/ Sl 19.7-11), e devem ser lidas por todos os homens (Is 34.16/ Lc 16.29/ Jo 5.39).

4º - Da natureza de Deus.
Deus, o soberano proprietário do universo, é espírito (Jo 4.24), eterno (Dt 32.40), infinito (Jr 23.24), e imutável em sabedoria (Sl 147.5), poder (Gn 17.1), santidade (Sl 145.17), justiça (Dt 32.4), bondade (Mt 19.17) e verdade (Jo 7.28).

5º - Da trindade na unidade.
Embora seja um grande mistério que existam diversas pessoas em um só, é verdade que  na divindade há uma distinção de pessoas, indicada nas escrituras sagradas pelos nomes; Pai, Filho e Espírito Santo (Mt 28.19) e pelo uso dos pronomes Eu, Tu e Ele empregados por Elas, mutuamente entre si (Jo 14.16-17).

6º - Da criação do homem.
Deus, tendo preparado este mundo para habitação do gênero humano, criou o homem (Gn 1.2-27), constituindo-o de uma alma que é espírito (Ec 12.7/ Mt 10.28), e de um corpo composto de matéria terrestre (Gn 2.7). o primeiro homem foi feito à semelhança de Deus (Gn 1.26-27), puro, inteligente e nobre, com memória, afeições e vontade livre, sujeito Aquele que criou, mas com domínio sobre todas as outras criaturas deste mundo (Gn 1.28).

7º - Da queda do homem.
O homem assim dotado e amado pelo criador era perfeitamente feliz (Gn 1.31); mas tentado por um espírito rebelde (chamado por Deus “Satanás”), desobedeceu ao seu criador (Gn 2.16-17/ Gn 3.6); destruiu a harmonia em que estivera com Deus, perdeu a semelhança divina; tornou-se corrupto e miserável; deste modo vieram sobre ele à ruína e a morte (Rm 5.12).

8º - Da conseqüência da queda.
Estas não se limitaram ao primeiro pecador. Seus descendentes herdaram dele a pobreza, a desgraça, a inclinação para o mal e a incapacidade de cumprir bem o que Deus manda (Sl 50.7); por conseqüência todos pecam, todos merecem ser condenados, e de fato todos morrem (Rm 5.12/ Rm 5.15-19/ 1ª Co 15.21-22).

9º - Da imortalidade da alma.
A alma humana não acaba quando o corpo morre. Destinada por seu criador a uma existência perpétua, continua capaz de pensar, desejar, lembrar-se do passado, e gozar da mais perfeita paz e regozijo; e também de temer o futuro, sentir remorso e horror, e sofrer agonias tais que mais queria acabar do que continuar a existir (Lc 16.20-31/ Lc 22.43/ Mt 25.46); o pecador pela sua rebelião contra o seu criador merece para sempre esta miséria, que é chamada por Deus a segunda morte (Ap 21.8).

10º - Da consciência e do juízo final.
Deus constituiu a consciência juiz na alma do homem (Rm 2.14-15). Deu-lhe mandamentos pelos quais se decidissem todos os casos (Mt 22.36-40); mas reservou para si o julgamento final, que será em harmonia com seu próprio caráter (Sl 50.6/ At 17.30-31). Avisou os homens da pena com que punirá toda a injustiça, maldade, falsidade e desobediência ao seu governo (Gl 3.10); cumprirá suas ameaças punindo todo o pecado em exata proporção à culpa (2ª Co 5.10).

11º - Da perversidade do homem e do amor de Deus.
Deus, vendo a perversidade, a ingratidão e o desprezo com que os homens lhe retribuem seus benefícios, e o castigo que merecem (Hb 4.13), cheio de misericórdia compadeceu-se deles; jurou que não deseja a morte dos ímpios (Ez 33.11); além disso, amou-os, e mandou declarar-lhes, em palavras humanas, sua imensa bondade para com eles; e quando os pecadores nem com tais palavras se importavam, ele lhes deu a maior prova do seu amor (Jo 3.16/ Rm 5.8-9), enviando-lhes um salvador que os livrasse completamente da ruína e miséria, da corrupção e condenação, e os restabelecesse para sempre no seu favor (2ª Co 5.18-20).

12º - Da origem da salvação.
Esta salvação, tão preciosa e digna do altíssimo (porque está inteiramente em harmonia com o seu caráter), procede do infinito amor do pai, que deu seu unigênito filho para salvar os seus inimigos (Jo 3.16-18/ 1ª Jo 4.9).

13º - Do autor da salvação.
Foi adquirida, porém, pelo filho, não com ouro, nem com prata, mas com seu sangue (1ª Pe 1.18-19), pois tomou para si um corpo humano e alma humana (Hb 2.14), preparados pelo Espírito Santo no ventre de uma virgem (Mt 1.20); assim, sendo Deus e continuando a sê-lo, se fez homem (Jo 1.1,14). Nasceu da virgem Maria, viveu entre os homens (At 10.38), como se conta nos evangelhos cumpriu todos os preceitos divinos (jo 17.4/ 1ª Pe 2.22), e sofreu a morte e a maldição como substituto dos pecadores (Gl 3.13), ressuscitou (Mt 28.5-6) e subiu ao céu (Mc 16.19). Ali intercede pelos seus remidos (Hb 7.25) e para valer-lhes tem todo o poder no céu e na terra (Mt 28.18). É nosso Senhor e salvador Jesus Cristo (At 5.31), que oferece, de graça, a todo o pecador, o pleno proveito da sua obediência e sofrimento, e o assegura a todos os que, crendo nele, aceitam-no por seu salvador.

14º - Da obra do Espírito Santo no pecador.
O Espírito Santo enviado pelo pai (Jo 14.16,26/ Jo 15.26) e pelo filho (Jo 16.7), usando das palavras de Deus (Ef 6.17), convence o pecador dos seus pecados e de sua ruína (Jo 16.8), mostra-lhe a excelência do salvador (Jo 16.14), move-o a arrepender-se, a aceitar e confiar em Jesus Cristo. Assim produz a grande mudança espiritual chamada “nascer de Deus” (jo 1.12-13). O pecador nascido de Deus está desde já perdoado, justificado e salvo; tem a vida eterna e goza das bênçãos da salvação (Gl 3.26/ Gl 4.6-7/ Rm 8.16-17).

15º - Do impenitente.
Os pecadores que não crerem no salvador, e não aceitarem a salvação que lhes está oferecida de graça hão de levar a punição de suas ofensas (Jo 3.36), pelo modo e no lugar destinados para os inimigos de Deus (2ª Tm 1.8-9).

16º - Da única esperança da salvação.
Para os que morrem sem aproveitar-se desta salvação, não existe no porvir além da morte um raio de esperança (Jo 8.24/ Lc 16.25-26). Deus não preparou remédio para os que até o fim da vida neste mundo, perseverarem nos seus pecados. Perdem-se. Jamais terão alívio (Mc 9.42-43).

17º - Da obra do Espírito Santo no crente.
O Espírito Santo continua a habitar e a operar naqueles que faz nascer de Deus (Jo 14.16-17); esclarece-lhes as mentes mais e mais com as verdades divinas (Jo 16.13), eleva e purifica-lhes as afeições, adiantando neles a semelhança de Jesus (2ª Co 3.18); estes frutos do Espírito são provas de que passaram da morte para a vida, e que são de Cristo (Gl 5.22-23/ Rm 8.9).

18º - Da união do crente com Cristo e do poder para o seu serviço.
Aqueles que têm o Espírito de Cristo estão unidos com Cristo (Ef 5.29-30), e como membros do seu corpo receberam a capacidade de servi-lo (Jo 15.4-7). Usando esta capacidade procuram viver, e realmente vive para a glória de Deus seu salvador (1ª Co 6.20/1ª Co 10.31).

19º - Da união do corpo de Cristo.
A igreja de Cristo no céu e na terra é uma só (Ef 3.15/ Ef 4.4), e compõe-se de todos os sinceros crentes no redentor (1ª Co 12.13), os quais foram escolhidos por Deus, antes de haver mundo (Ef 1.11) para serem chamados e convertidos nesta vida, e glorificados durante a eternidade (Rm 8.29-30).

20º - Dos deveres dos crentes.
É de obrigação aos membros de uma igreja local:
a) reunir-se (Mt 18.20/ Hb 10.25) para fazerem orações e darem louvores a Deus, estudarem suas palavras, celebrarem os ritos ordenados por ele, valerem uns aos outros e promoverem o bem de todos os irmãos;
b) receberem (Rm 14.1) entre si, como membros, aqueles que o pedem e que parecem verdadeiramente filhos de Deus pela fé;
c) excluírem (1ª Co 5.3-5/ Mt 18.15-17) aqueles que depois mostram, pela desobediência aos preceitos de salvador, que não são de Cristo;
d) procurarem o auxilio e proteção do Espírito Santo em todos os seus passos (Gl 5.16-25/ Rm 8.5,16).

21º - Da obediência dos crentes.
Ainda que os salvos não obtenham a sua salvação pela sua obediência à lei senão pelos merecimentos de Jesus Cristo (Ef 2.8-9),recebem a lei e todos os preceitos de Deus como um meio pelo qual ele lhes manifesta sua vontade sobre o procedimento dos remidos (Jo 14.15/ 1ª Jo 5.2-3) e guardam-nos tanto mais cuidadosa e gratamente por se acharem salvos de graça (Tt 3.4-8).

22º - Do sacerdócio dos crentes e dos dons do Espírito.
Todos os crentes sinceros são sacerdotes para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo (1ª Pe 2.5-9/ Rm 12.1), que é mestre (Mt 23.8-10), pontífice (Hb 3.1), e única cabeça da igreja (Ef 1.22); mas, como governador da sua casa (Hb 3.6) estabeleceu nela diversos cargos (1ª Co 12.28), como de pastor (Ef 4.11), presbítero (1ª Tm 3.1-7), diácono (1ª Tm 3.8-13) e evangelista; para eles escolhe e habilita, com talentos próprios, aos que ele quer para cumprirem os deveres destes ofícios (Ef 4.1-13/ 1ª Pe 5.1), e quando existem devem ser reconhecidos pela igreja como preparados e dados por Deus (1ª Tss 5.12-13/ Fp 2.29).

23º - Da relação de Deus para com seu povo.
O altíssimo Deus responde as orações (Mt 18.19) que, com fé, em nome de Jesus, o único mediador (1ª Tm 2.5) entre Deus e os homens, lhes são apresentadas pelos crentes, aceita seus louvores (Cl 3.16-17) e reconhece como feito a ele, todo o bem feito aos seus (Mt 25.40,45).

24º - Da lei cerimonial e dos ritos cristãos.
Os ritos judaicos, divinamente instituídos pelo ministério de Moisés, eram sombras de bens vindouros e cessaram quando os mesmos bens vieram (Hb 10.1/ Cl 2.16-17); os ritos cristãos são somente dois; o batismo com água (Mt 28.19/ At 10.47-48) e a santa ceia do Senhor (Mt 26.26-28/ 1ª Co 11.23-29).

25º - Do batismo com água.
O batismo com água foi ordenado por nosso Senhor Jesus Cristo como figura do batismo verdadeiro e eficaz, feito pelo salvador quando enviou o Espírito Santo para regenerar o pecador (Mt 3.11/ 1ª Co 12.13). Pela recepção do batismo com água a pessoa declara que aceita os termos do pacto em que Deus assegura aos crentes as bênçãos da salvação (At 2.41/ At 8.12).

26º - Da ceia do Senhor.
Na ceia do Senhor, como foi instituída pelo nosso Senhor Jesus Cristo, o pão e o vinho representam vivamente ao coração do crente o corpo que foi morto e o sangue que foi derramado no Calvário (1ª Co 10.16); e participar do pão e do vinho representa o fato que a alma recebeu seu salvador. O crente faz isso em memória do Senhor, mas é da sua obrigação examinar-se primeiro fielmente quanto à sua fé, seu amor e seu procedimento (1ª Co 11.28-29).

27º - Da segunda vinda do Senhor.
Nosso Senhor Jesus Cristo virá do céu como homem (At 1.11), em sua própria glória (Mt 25.31) e na glória de seu pai (Mt 16.27), com todos os santos e anjos (Zc 14.5/ Mt 25.31); assentar-se-á no trono da sua glória e julgará todas as nações.

28º - Da ressurreição para a vida ou para a condenação.
Vem à hora em que os mortos ouvirão a voz do filho de Deus, e ressuscitarão (Jo 5.25-29), os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro (1ª Co 15.22-23/ 1ª Tss 4.13-16); os crentes que nesse tempo estiverem vivos serão mudados (1ª Co 15.51-52), e sendo arrebatados estarão para sempre com o Senhor (1ª Tss 4.16); os outros também ressuscitarão, mas para a condenação (Jo 5.29). 

 
Rua Iná Brito, 419, Parque Presidente Vargas